quarta-feira, 11 de abril de 2012

Midgard - Prologo

Midgard

Há muito tempo, em uma era onde nem mesmo o tempo e o espaço existiam, o nada e o vazio se casaram. E da união dessas presenças obsoletas nasceu o nosso mundo, Midgard. Para povoar este mundo o nada e o vazio deram a luz a vários deuses, distintos em personalidade e princípios morais, mas equivalentes em poderes e dons. E desses deuses nasceram todas as raças que habitam o mundo de Midgard. Humanos, elfos, anões, goblins, dragões e todas as outras raças, animais e monstros que hoje conhecemos foram criados pelos deuses para povoarem esse imenso mundo.
Midgard é um mundo envolvido pela magia, onde surgem a cada dia inúmeros heróis, desde pequenos heróis de vilarejos a grandes heróis cuja reputação e historias se espalham por todo o reinado. Porem, este também é um mundo de perigos e vilões, tiranos, cultistas das trevas e demônios que se misturam entre os seres inocentes e os corrompem, fazendo-os traírem, lutarem e matarem seus próprios entes queridos, mas há também aqueles estão por trás da autoria de seus próprios crimes.



Prólogo

A nossa historia começa na cidade de Denoria, terra dos defensores da justiça, onde se localiza o grande forte-templo de Heironeous e seus guerreiros sagrados. Ali viviam os clérigos e simpatizantes da justiça, da honra e da gloria, atributos principais atribuídos ao deus do heroísmo. De tempos em tempos o deus anuncia a chegada de crianças escolhidas para que quando nascessem se tornassem seus campeões na luta contra o mal. E é quando a chegada de mais um de seus campeões é anunciada que tudo se desenrola...

Era mais uma tarde tranquila e fresca na cidade de Denoria e no templo de Heironeous o sacerdote Willian Highlight, um homem de meia idade, cabelos escuros e olhos castanhos, pele clara, vestido com roupas de sacerdócio típicas, responsável pelo zelo local, recebia em sua prece diária a noticia de um novo paladino que estaria por vir.
Willian:
- A portadora do novo campeão é uma elfa e ela se encontra nesse momento na periferia, onde se prepara para a chegada da criança. – diz a sacerdote a Milene, uma mulher de cabelos longos escuros, olhos castanhos, pele clara e trajes simples, jovem, bela, clériga aprendiz e irmã mais nova de Willian.
Milene:
- A chegada deles é sempre uma surpresa... O que uma elfa estaria fazendo na periferia de Denoria? – pergunta a clériga curiosa.
Willian:
- Não tenho total certeza, mas em minha visão ela estava aflita e sozinha. Voce deve ir logo, antes que ela tenha problemas em seu parto. Como melhor parteira do templo, preciso que você ajude essa criança a vir ao mundo. – explica o sacerdote.
Milene:
- Partirei imediatamente, irmão. Trarei a mãe da criança assim que conseguir realizar o parto. – diz a clériga enquanto se retira.
Willian:
Estaremos lhe esperando... – diz o sacerdote ao deixa-la.
A clériga então apanha os itens necessários para a realização do parto, entre eles boa parte de panos e toalhas limpas. Assim que apronta tudo, ela parte do templo em direção a área mais humilde da cidade onde procura informações sobre a possível mãe do paladino que estava por vir.
O local onde Milene caminha é bastante rústico e pobre. As casas são feitas de pedra e barro e os telhados de palha encontram-se em péssimos estados. As pessoas dali tem um olhar triste e amargurado com a vida, mas as crianças, por pior que possa parecer a situação, ainda conseguem sorrir.
- Parece que não será nenhum pouco fácil encontra-la. – murmura a clériga depois de uma longa caminhada pelo local buscando pela elfa.
- Voce é uma clériga de Heironeous? – pergunta uma voz misteriosa vindo de suas costas.
Ao se virar Milene se depara com um homem jovem, de mãos sujas e roupas bem avariadas. Ela o encara nos olhos por alguns instantes e então decide responder:
- Sim, sou Milene, serva do deus do heroísmo. E você quem é? – pergunta a clériga.
- Meu nome é Heitor. Preciso de sua ajuda... Há uma elfa não muito longe daqui que está para ter um bebê... As parteiras locais estão com medo de que ela não sobreviva ao parto... Está muito ferida... – diz o rapaz assustado.
- Mostre o caminho! – diz Milene enquanto o seguia.
Seguindo para um dos becos e entrando num local escuro, o rapaz a guia em meio a uma multidão que se acumulava para saber noticias da elfa. Os cochichos e a agitação aumentam quando veem a aproximação da clériga no local.
Ao ver rastros de sangue pelo chão, a clériga se assusta e com uma reza, pede a benção do deus para que salve a vida da elfa. Assim que adentra no quarto de uma das casas, Milene se depara com a tal elfa de que tanto falavam. Ela vestia trajes de viajante, que por sinal estavam bastante ensanguentadas, em sua cintura havia um sabre embainhado e em seu braço havia uma marca semelhante a uma runa. Era uma elfa loura de longos cabelos lisos, olhos verde esmeralda e pele amarelada.
Milene:
- Estou aqui para ajuda-la. Não se esforce demais. – diz a clériga se preparando para tratar dos ferimentos e realizar o parto.
- Eu não vou resistir... Ajude meu filho a vir ao mundo... – diz a elfa vomitando gotas de sangue.
- Já estou me preparando para isso. – responde a clériga.
A elfa prepara uma bacia onde conjura água quente e umedece os panos para a realização do parto. Ao verificar as feridas da elfa, descobre que há uma profunda na parte frontal do ventre, onde parecia ser fundo o suficiente para atingir o bebe que ela carregava.
Milene:
- O que aconteceu para se ferir dessa forma? – pergunta a clériga enquanto limpava o sangue.
- Mercenários... Estavam tentando me apanhar enquanto grávida para evitarem que eu fugisse... Meu companheiro morreu tentando me proteger... – diz a elfa enquanto limpava o sangue que escorria pelo canto de seus lábios.
- Mercenários? Quem é você afinal? Definitivamente você não é daqui e algo me diz que não é uma pessoa muito decente. – diz Milene enquanto a encarava.
- Antes que eu lhe conte... Há alguma garantia de que meu filho poderá crescer sem saber quem é a mãe dele de verdade? – pergunta a elfa.
- Não... De uma forma ou de outra, o destino dará algum jeito de fazer com que ele saiba da verdade. – diz a clériga enquanto posicionava a mãe para o parto.
- Meu nome é Lizandra Silverleaf, a ladra do deserto de Shogah... Sei que em minha vida eu cometi muitos crimes, mas salve meu filho, por favor... – diz a elfa em lagrimas.
Milene a encara friamente. Aquele nome lhe era bastante familiar. Por vezes os paladinos que retornavam ao templo contavam historias sobre uma gangue de ladinos existente no deserto de Shogah, lar dos escorpiões gigantes e basiliscos ferozes.
- Sabe por que estou aqui, ladra? – pergunta a clériga em tom bastante serio.
- Para me condenar? – diz Lizandra arriscando um palpite.
- Se estivesse aqui para isso, não estaríamos tendo essa conversa. Em meu templo, nosso sacerdote superior é anunciado da chegada dos campeões divinos e é dever das parteiras sagradas, como eu, ajuda-los a vir ao mundo, pois quase sempre, nascem de mulheres fracas ou doentes. Seu filho não tem qualquer culpa de seus atos, afinal nem nasceu ainda. Alem disso, ele foi escolhido como um dos paladinos do templo. Enquanto eu estiver aqui, não haverá o que temer, mas deixo bem claro que assim que você tiver essa criança, eu não poderei deixar que fuja com ele. Fui bem clara? – diz Milene enquanto despia a elfa.
- Acha que estou em condições? – pergunta a elfa com uma tossida que faz espirrar gotas de sangue nas vestes da clériga.
Durante alguns minutos Milene a encara e ao invés de dar a resposta, lança-lhe um aviso:
- Prepare-se. Está na hora! – diz a parteira enquanto afastava as pernas da elfa.
Sem que percebesse, uma imensa poça de sangue havia se formado no chão. E as feridas da elfa, agora com o esforço que ela fazia para o parto, sangravam mais do que nunca.
Depois de pouco mais de uma hora de luta e esforço, finalmente vem a luz um mestiço de elfo e humano, exatamente como o sacerdote havia anunciado. Respeitando o direito de mãe que Lizandra possuía, ela aproxima o bebe, já limpo e enrolado em panos quentes e secos, do olhar da elfa.
- Arkel... Esse será seu nome... – diz a elfa em seu ultimo suspiro...